Em viagem à Colômbia, Lula deve discutir situação da Venezuela com presidente Gustavo Petro

Lula vai ao país vizinho no próximo dia 16; Petro e ele criticaram impedimento de opositora de Maduro nas eleições venezuelanas

Em viagem à Colômbia, Lula deve discutir situação da Venezuela com presidente Gustavo Petro

Último encontro entre Lula e Petro foi em 2023 Ricardo Stuckert/PR — 30.5.2023 Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro devem discutir a situação política da Venezuela durante a viagem do petista à Colômbia, nos dias 16 e 17. A avaliação de fontes próximas de Lula ouvidas pelo R7 é de que o assunto deve ser abordado pelos presidentes de maneira natural, por se tratar de uma pauta regional e de interesse dos dois. Veja também Brasília Caçada aos dois fugitivos da penitenciária de Mossoró custou R$ 6 milhões ao governo Brasília Moraes nega pedido para desbloqueio de contas de delegado preso no caso Marielle Brasília Prazo para PGR se manifestar sobre estada de Bolsonaro em embaixada termina nesta sexta-feira Na ida do presidente brasileiro à Colômbia, que terá participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a proteção ambiental da Amazônia também deve ser debatida, segundo o governo colombiano. Lula e Vieira serão recebidos pelo chanceler do país vizinho, Luis Gilberto Murillo. Será a terceira viagem internacional de Lula em 2024 e a segunda ida à Colômbia neste mandato. Ele esteve no país vizinho em julho de 2023 para participar de uma reunião técnica sobre a Amazônia. O encontro foi em Letícia, cidade colombiana que faz divisa com Tabatinga (AM). Cenário político da Venezuela Lula e Petro manifestaram preocupação com o atual cenário político na Venezuela. A candidata Corina Yoris, de oposição ao ditador Nicolás Maduro, foi impedida de registrar a candidatura para as próximas eleições do país, marcadas para 28 de julho. Ela é um dos principais nomes para derrotar Maduro. A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, que é da mesma coligação de Corina Yoris, agradeceu à reação de Lula e Petro. Ela destacou que os posicionamentos reafirmam que a luta da oposição "é justa e democrática". Em 28 de março, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, em Brasília, Lula declarou que a situação na Venezuela é "grave" e que não tem "explicação jurídica nem política". A fala ocorreu depois de um "bate-boca" público entre os governos dos dois países (leia mais abaixo). "É grave que a candidata não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça, parece que tentou usar o computador e não conseguir entrar, isso causou prejuízo à candidatura. Não tem explicação jurídica, política, proibir um adversário de ser candidato. Aqui no Brasil, todo mundo sabe, todos os adversários são tratados nas mesmas condições. Aqui, é proibido proibir, a não ser que tenha restrição judicial", afirmou Lula, ao completar que o Brasil vai observar o processo no país vizinho. Embate com o Brasil O prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais na Venezuela terminou em 25 de março. Horas depois, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), coligação que reúne os principais partidos de oposição a Maduro, anunciou que tinha sido impedida de registrar o nome de Corina Yoris para as eleições. Ela foi indicada para substituir María Corina Machado, do mesmo grupo político, proibida de ocupar cargos públicos pela Justiça venezuelana. Em reação, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota, no dia seguinte, e afirmou acompanhar com "expectativa e preocupação" o processo eleitoral na Venezuela. "O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil. O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo", afirmou o Itamaraty. A Venezuela rebateu o comunicado do Itamaraty, chamou a posição do Brasil de "cinzenta e intrometida" e disse "que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos". Ainda segundo a nota venezuelana, o governo do Brasil fez "comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela". A declaração exige "o mais estrito respeito pelo princípio da não ingerência nos assuntos internos e na nossa democracia, uma das mais robustas da região".