Lula participa de encontro de países latino-americanos e se reúne com Nicolás Maduro nesta sexta

Presidente vai participar da 8ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em São Vicente e Granadinas

Lula participa de encontro de países latino-americanos e se reúne com Nicolás Maduro nesta sexta

Brasil media crise entre Venezuela e Guiana Ricardo Stuckert/PR - 28.02.2024 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar nesta sexta-feira (1º) da abertura da 8ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas. Ele vai se reunir de forma bilateral, às margens do fórum, com o ditador venezuelano Nicolás Maduro e o presidente boliviano Luis Arce. Veja também Brasília Lula diz que disputa por Essequibo não foi resolvida em 100 anos e pode levar algumas décadas Brasília Na Guiana, Lula afirma trabalhar para manter América do Sul como 'zona de paz' Brasília Com foco em ações de apoio aos indígenas Yanomami, Casa de Governo é instalada em RR A cúpula da Celac ocorre sob o contexto de crise entre Guiana e Venezuela pelo território de Essequibo, disputado pelos dois países. O Brasil é um dos Estados que faz a mediação entre os dois. Questionado, Lula negou que tratou do tema durante a reunião com o presidente guianês, Irfaan Ali, e que tampouco vai falar sobre o assunto com Maduro. "Não discutimos. Por quê? Não é o momento de discutir. Era uma reunião bilateral para discutir desenvolvimento, investimento. O presidente Irfaan, assim como o presidente Maduro, sabe que o Brasil está disposto a conversar com eles a hora que for necessário, quando for necessário, porque queremos convencer as pessoas de que é possível, através de muito diálogo, a gente encontrar a manutenção da paz", argumentou. "O Brasil vai continuar empenhado para que as coisas aconteçam na maior tranquilidade possível. Se em 100 anos não foi possível resolver esse problema, é possível que a gente leve mais algumas décadas. A única coisa que eu tenho certeza é que a violência não resolverá esse problema, criará outros problemas", acrescentou. Lula destacou que o assunto não pode ser "esquecido" e que vai trabalhar para que a crise seja motivo de "muita conversa e muito debate".       O Brasil tem uma decisão de que o mundo não comporta mais atrito. O mundo precisa encontrar a paz para a gente construir um mundo mais humanitário, mais solidário, com menos sofrimento. É preciso que a gente tenha um pouco mais de paciência, para que a gente não gere mais violência. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Entenda       O impasse pelo domínio do território de Essequibo se agravou depois que a Venezuela celebrou, em 3 de dezembro do ano passado, um referendo no qual mais de 95% dos participantes aprovaram a criação de uma província em Essequibo, um território que representa dois terços da Guiana, e dar nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da zona em disputa. Após a consulta, o ditador venezuelano Nicolás Maduro anunciou a concessão de licenças para extrair petróleo em Essequibo. No fim de 2023, diante da iminência de uma guerra, o governo brasileiro chegou a reforçar a presença das tropas militares em Roraima. No entanto, Nicolás Maduro e Irfaan Ali se encontraram em dezembro e fizeram um acordo no qual descartaram o uso da força. No início deste ano, foi realizada uma rodada de diálogo em Brasília, por meio do chanceler Mauro Vieira, com auxílio dos governos de São Vicente e Granadinas — que preside a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) — e de Dominica — que preside a Caricom (Comunidade do Caribe). Os três países têm atuado como principais interlocutores, desde o início da crise, na busca de uma solução pacífica.